terça-feira, março 11, 2008

Numa retrospectiva aos meus 16 anos de escolaridade constato que tive professores com variadíssimos níveis de profissionalismo, conhecimento e personalidade.
Um docente deve ser mais um bocadinho do que simplesmente aquele que debita a matéria, no entanto, também não pode exagerar nas considerações pessoais, na busca do protagonismo ou noutros desvios de conduta. Por outras palavras é preciso haver moderação quanto baste por parte do professor para que os alunos saibam os limites e não os tentem passar.
Eu tive uma docente, no ensino superior, de micro e macro economia que claramente não gostava de mim e eu também a detestava. Chumbei no primeiro ano nas frequências e passei no exame. Note-se que a docente em questão apesar de não gostar de mim nunca deixou de ser profissional e o facto de ter chumbado nas frequências deve-se apenas a falta de estudo, aulas, e outros erros que a posteriori supri e passei no exame. Por exemplo no 11 ano tive um péssimo docente de psicossociologia das organizações que chumbou bastante pessoal (eu incluído) apenas porque lhe apetecia.
Também tive docentes facilitistas, daqueles que passavam todos, também tive professores que simpatizavam com este ou aquele aluno e que essa disciplina estaria feita com mais ou menos esforço!
Tive docentes fantásticos daqueles que exerciam a profissão por vocação (se calhar!)
Tudo isto para explicar que avaliar professores é muito complicado porque muitas são as variáveis necessárias para equacionar. No entanto é preciso avaliar, disso ninguém terá dúvidas, e por isso estranho muitos comportamentos quer por parte da ministra quer por parte dos professores e essencialmente seus representantes.
Qual a solução que a fenprof aponta neste momento? Eu apenas os vejo pedirem a cabeça da ministra e dizerem que este modelo de avaliação é mau! OK .. é mau!
Qual a alternativa? Suspender não me parece solução... hum...
Para mim os professores teriam mais força junto da opinião publica se eles próprios apontassem as soluções credíveis e realistas para a avaliação!

Não quero com isto que pensem que estou contra os profesores, pelo contrário, interessa-me (até por estar ligado a docentes) que hajam soluções!

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Update 2008/03/13

Amigos vou de férias.. Novas postagens só para o fim do mês ou inicio de Abril!
Entretanto: BOA PÁSCOA!!!!!

26 comentários:

Menina do Rio disse...

Isso acontece... Eu tive uma professora que fomos antagônicas escancaradas e como ela não conseguia baixar minhas notas pq eu era fera nas matérias; ela baixava minhas notas por asseio, comportamento, essas coisas banais. O que me alegra é que eu ganhei o mundo, enquanto ela se "aposentou" pelo estado e ficou por lá mesmo no interior. Professor pra mim, deveria ser "MESTRE" e esses são poucos!

Beijinhos

José Lopes disse...

O problema das classificações situa-se sempre na metodologia usada para o efeito, e eu fiz um esforço imenso para entender as novas classificações da função pública, agora que estou de fora, e fiquei esclarecido: se alguém aacha que aquilo é modo de classificar o desempenho de alguém, eu vou ali e já venho. Claro que a intenção até parece boa, mas só lendo é que se entende o que se está a querer fazer.
Quanto aos professore, o processo é ainda mais complexo, o que basta para mim, que me dei ao trabalho de o ler.
Classificação sim, mas com regras simples e claras, sem armadilhas e subterfúgios.
Cumps

Miguel Ângelo disse...

Ser-se professor, hoje em dia, é difícil, avaliar ainda bem pior. Na avaliação, há sempre variáveis que não são tidas em conta, como por exemplo: dar aulas numa região económica e socialmente desfavorecida, ter de leccionar a turmas constituídas por alunos pouco motivados e participativos na sua grande maioria,ter de cumprir programas escolares de gabinete, entre outras, que aqui não quero enumerar para não me tornar demasiado fastidioso. Não que eu esteja, aqui, a defender a ausência de avaliação de professores, agora, quero salientar se é para obstruir a carreira aos professores que se encontram no ensino faz imenso tempo e querem construir um futuro, entregando parte da sua vida à EDUCAÇÃO, pois é a causa em que acreditam, estabelecendo quotas para impedir os docentes de ascender aquilo a que têm direito, sou contra.
Aliás, digo mais, tanto o primeiro-ministro, como a ministra da Educação, referiram que "não existem sistemas de avaliação perfeitos", já está tudo dito para bom entendedor. Penso que o objectivo é meramente impedir a subida aos escalões de topo, evitando assim o Estado de pagar o seu justo valor pelo trabalho desenvolvido pelo docente.
Assim, não podemos ter uma EDUCAÇÃO de qualidade, se os professores, às vezes, não têm dinheiro para investir na sua própria formação contínua. Um curso superior em Portugal, custa dinheiro e leva o seu tempo a concluí-lo. Até eu gostaria de ter tudo mais barato! Quem é que não gosta...
Para finalizar, gostaria de dizer, meu caro colega, Adriano, a Educação é tão necessária e até mais útil do que o pão para a boca...

adrianeites disse...

gostei do teu comentário MIguel!
Parece-me muito lúcido, coerente e tem bastante substância que devia ser aproveitada para debater em sede de concertação Professores/ministério da educação!

concordo na integra ainda quando dizes que a educação é tão importante quanto o pão para a boca!

A educação tem de ser prioridade em qualquer estado! ela é a chave de tudo!

Por isso refiro que é inevitavel encontrar soluções fiaveis que possam melhorar a avaliação... este modelo é claramente fraco e por isso a fenprof e as outras associações em conjunto com os professores devem , a meu ver claro, apresentar um modelo de avaliação dos professores que reuna as melhores condições e que possa claramente melhorar o ensino em Portugal que neste momento bem precisa de melhorias!

São disse...

De acordo!
Saúde.

Mac Adame disse...

A avaliação dos professores tornou-se uma obsessão como o aquecimento global ou o antitabagismo. Com tanta conversa sobre avaliação de professores, desconfio que não vai sobrar tempo é para avaliar os alunos. O que, aliás, rigorosamente, já acontece, que qualquer analfabeto passa de ano com a maior das facilidades.

Pelos vistos, o meu cérebro não está configurado para perceber os grandes iluminados do século XXI, que demonstram tanto rigor numas coisas e tanto facilitismo noutras. Afinal, se há tantos professores que, pelos vistos, não servem, alguma coisa de grave se passou durante os quase 20 anos em que andaram a estudar. Se tivessem sido devidamente avaliados enquanto estudantes, não teriam chegado a professores e só os melhores agora o seriam. Mas, como em tudo nesse país desde que se instaurou uma coisa a que chamam "democracia", a casa tem de começar a ser construída pelo tecto.

Pobre país esse, em que se esquece a avaliação séria no momento da formação, em nome da globalização e da estatística, e depois se tenta remediar o que remédio já não tem, tentando dificultar a vida a quem estudou tanto tempo em vão, porque não foi avaliado no momento devido. E quem é que avalia as universidades que passaram um diploma a professores que, afinal, não servem para a profissão?

Miguel Ângelo disse...

Mac Adriano, acho pertinentíssima a tua questão "E quem avalia as Universidades que passaram um diploma a professores?..."
Para uma pergunta pertinente, outra pergunta também ela pertinente, será que é preciso "formatar" todo o ensino universitário em Portugal?
Afinal, tudo é posto em causa, facto este curioso, não é?
Julgo que existem bons profissionais no campo da EDUCAÇÂO, em Portugal, há que saber reconhecê-los e valorizá-los, só assim se consegue ter uma classe moralizada para dar o seu contributo em torno da EDUCAÇÃO. Eu considero-me um desses exemplos, passe a modéstia, mas o que falta à classe docente - a que pertenço orgulhosamente - é falta de auto-estima, motivação e força para dizer: Basta de humilhação e ausência de respeito a uma classe que instruiu a classe política, que temos em Portugal, e não só. Agora, respondo como SCOLARI: E OS BURROS SÃO OS PROFESSORES. Repito: E OS BURROS SÃO OS PROFESSORES. Escarneço! Acho que se recomenda a classe docente que temos, embora, haja alguns aspectos a limar. A ministra pode assassinar a Educação em Portugal, mas uma coisa é certa, nunca assassinará o processo de ensino-aprendizagem, pois, enquanto este mundo for mundo, haverá sempre o professor e o aluno na dialéctica do conhecimento. Por mais voltas que se dê...

Laurentina disse...

Já não vinha aqui...nem me lembro, peço desculpa mas nem estou zangada, nem coisa que o valha so que tenho circulado muitíssimo pouco devido a outros afazeres, acontecimentos e estados de saúde.
Como já me penitenciei fica o meu reconhecimento pelo tema do post e o assinar por baixo de tudo o que o Miguel Angelo escreveu.

Bem hajas
beijão grande

Belzebu disse...

Julgo que neste momento a questão já é outra! Não se trata de avaliações ou de modelos de ensino, reformas ou diabo a quatro. Trata-se tão só, de um profundo desrespeito pela classe docente, um vazio de ideias e de um fundamentalismo reformista sem qualquer consistência!

Aquele abraço infernal!

JOY disse...

Adrianeites,

Estou de acordo com o que escreves ,não vi ainda a fenprof apresentar uma alternativa que considere mais justa para os professores,apenas se tem limitado a dizer que este sistema de avaliação é mau o que concordo, mas não apresenta uma alternativa,mais parecendo pretender adiar o assunto e não ser parte da solução.Relativamente ao governo estou de acordo com o Miguel ,o governo olha para a avaliação como um método de impor quotas na progressão da carreira ,portanto com uma fortissima componente economicista,não sendo o ensino de excelência o principal objectivo.

Joy

A Professorinha disse...

A avaliação a mim não me mete medo. O que eu proponho é que primeiro se aplique o modelo em algumas escolas e depois se corrijam os erros para que seja tudo mais eficaz.

O meu outro problema é poder ser avaliada por algum colega incompetente... já bem basta os pobres alunos terem que levar com eles porque não há maneira deles sairem dali...

José Manuel Dias disse...

Parabéns pela análise, subscrevo.

C Valente disse...

Boas f�rias, boa Pascoa
sauda�es amigas e bom fim de semana

C Valente disse...

Bom domingo, boas pascoa
Saudações amigas

LopesCaBlog disse...

Concordo os professores devem ser avaliados, senão concordam com o que está proposto devem sugerir um modelo.

Boas férias

Archeogamer disse...

Estive um tempo parado para refrescar as ideias, mas conto agora voltar ao activo com um pouco mais de regularidade. Por isso deixo um obrigado a todos os que me presentearam com visitas ao blog e comentários de apoio nestes meses de ausência, tu incluído.

Cumprimentos do Odysseus.

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá querido Amigo, boas férias e Votos de uma Santa Páscoa... Beijinhos de carinho,
Fernandinha

LopesCaBlog disse...

Feliz Páscoa ;)

Anónimo disse...

uma analise de quem sabe o que escreve. espero aqui por ti
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Uma Páscoa Muito Feliz
Beijo, Carla Granja

Conceição Bernardino disse...

Boa noite,
Desde já venho desejar uma Santa Pascoa.

Nasceu um novo portal de Poesia e com ele um Blog.
Um site dinâmico onde esperamos goste de participar e contribuir para que seja o grande portal de poesia em língua portuguesa.

Lá pode:

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Participem no Blog Escriartes...vá lá dêem as vossas opiniões, sugestões.

Colabore: Textos, Poemas, entrevistas, se tiver recortes de jornais onde saiu, projectos, musica, dança, artesanato, pintura ele foi feito para todos nós.

Obrigada a todos...
Venham dai

deixe aqui o link do seu Blog se quiser ser adicionado ao Blog Escitartes.

Cumprimentos,

Moderadora Geral
Goreti Dias

Moderadora
Conceição Bernardino

meu mail - conceicao.mami@sapo.pt

Anónimo disse...

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shiuuuu disse...

Convido-te a apareceres e a participares no blog do Shiuuuu...

C Valente disse...

Saudações amigas e bom fim de semana

Menina do Rio disse...

DEixo-te um beijo e até a volta

São disse...

Como tudo continua igual, meu desejo de bom domingo.

Juℓi Ribeiro disse...

Penso que devemos sempre reciclar nossos conhecimentos.
Nada é perfeito mas podemos nos aprimorar em todos os sentidos.
A educação deveria ser tratada como base para nossos governantes.
Mas isso só acontece verbalmente
e não é repassado para o papel.

Ser professor é muito mais do que exercer uma profissão...
O verdadeiro mestre nos impulsiona
a conquista de nossos sonhos
e objetivos.
Os professores realmente deveriam se unir como você falou.
Apontando soluções credíveis e realistas para a avaliação e
teriam mais força junto da opinião publica.
Afinal, quem é que não teve um grande professor em sua vida?
Aquele que nos estimula idéias
e nos faz compreender que temos
a nossa própria visão do mundo?
Um abraço.